Relacionamento
Ligados pelo amor
“Se existe uma conexão profunda e
elevada entre o guerreiro e sua amante, a proteção que se dão mutuamente é
muito poderosa. Podem estar a quilômetros de distância, longe fisicamente, mas
chegam a sentir-se muito perto, inclusive se comunicam através de telepatia,
dos sonhos e das sensações que chegam em seus corpos ou ‘pressentimentos’.”
O texto é do poeta, filósofo e instrutor de liderança e
coach Suryavan Solar.
Assim é que Solar define a relação entre duas pessoas que
se amam no livro “O Caminho do Amante (ed. Gran Sol). “Quando duas almas se
amam de verdade, forma-se entre elas um cordão energético que se conecta de
coração a coração, formando um canal impossível de se interceptar ou
obstaculizar”.
Para a escritora e terapeuta Claudya Toledo, uma das maiores
especialistas em relacionamento no País, estamos vivendo uma crise na área do
do relacionamento das almas gêmeas. “Quando encontramos alguém, o primeiro
estágio é a presença física, quando as pessoas se olham e se gostam
fisicamente, sentem um interesse sexual, sentem um aporte um pelo outro e podem
chegar ao amor na sequência”, diz Cláudya. Esses três níveis até chegar no amor
precisam ser desenvolvidos.
Quando você tem essa conexão na parte física, sexual e chega
num estado amoroso, é possível começar a estabelecer uma ligação mais profunda
com o outro. Ela exige que os dois se abram emocionalmente, que se mostrem um
para o outro, construindo uma relação.
Quando um casal tem a consciência de união e os dois se
propõem a crescer, Claudya afirma que essa união é possível mesmo se os dois
estiverem distantes. Para que essa relação cresça, você não precisa
necessariamente estar sempre ao lado da pessoa. “A conexão dos dois mesmo à
distância não será afetada se a relação é profunda”, diz.
A psicóloga individual e de casais Beth Valentim, autora de
livros como “Essa Tal Felicidade” (ed. Elevação), diz que o amor é um
sentimento conquistado com o árduo trabalho do coração. Ele tenta, capricha,
escorrega e reexercita todos os dias. De vez em quando, modifica as armas
porque no amor toda criatividade é pouca e, mesmo sendo algo calmo, é vaidoso e
quer sempre mais.
Mas quando duas pessoas conseguem se amar na plenitude,
experimentam algo parecido com o estar no nirvana, onde tudo é belo e o que é
feio pode ser transformado, tal a experiência desse casal que construiu pedra
sobre pedra até encontrar o caminho da felicidade a dois. Beth lembra ainda que
duas pessoas que se amam e têm a conexão forte sabem que a paciência é
fundamental.
Entre outros preciosos quesitos, a sabedoria pode despejar
no espaço entre os dois o conhecimento um do outro, suas limitações e as
impossibilidades individuais. Quando um retrai por algum motivo, o outro sabe
como inspirar, tocar e ser afetivo o suficiente para retomar as rédeas da
situação.
“Fácil?”, questiona Beth Valentim, “jamais é a resposta.
Quando se trata de amor, nada é fácil, até porque a troca nesse caso não é de
moedas e sim de afeto e, como qualquer ser humano, quem não é em muitos casos
orgulhoso e possui o olhar para suas próprias necessidades?” Amor puro, forte,
é amizade sólida. Não se abre mão de algo assim de qualquer maneira. Podem sim
existir derrapagens, mas contabilizar perdas nesses casos não é possível.
Entre duas pessoas que nutrem tal sentimento, a
contabilidade é de ganhos e as consequências são sempre transformadas em ouro,
juros e correção monetária. “Amor é o exercício diário das possibilidades
internas um do outro, do casal. Se vale a pena continuar, certamente será puro
e forte o suficiente para ser eterno enquanto dure, é claro, mas enquanto
durar, vai ser gostoso demais de viver”, diz a psicóloga.
Para a psicóloga clínica e organizacional Kátia Ricardi de
Abreu, a união verdadeira entre duas acontece não quando elas são ceifadas de
alguma capacidade emocional, mas sim, porque são inteiras e querem compartilhar
seus sentimentos. Desta forma, o amor toma outros rumos. O relacionamento deixa
de ser uma prisão, não existe controle ou vigilância.
A distância física não provoca rompimento nem abala o
sentimento porque o que conta é a proximidade psicológica. “Vamos imaginar um
casal que precisou temporariamente morar em cidades diferentes em função de um
projeto comum. Ambos se separam fisicamente, porém, não há distância
psicológica”, diz. Quando bate a saudade na porta do coração, ambos se apoiam,
se buscam, se fazem presentes na imaginação um do outro para se conectarem
fortemente por meio do amor.
Kátia Abreu ressalta que o verdadeiro amor não estabelece
distância física. Não dá espaço para ciúme e a falsa sensação de ser amado por
meio do controle. Um casal que se ama de verdade experimenta a força deste amor
quando seus caminhos se bifurcam na estrada da vida, mas não no afeto de um
para com o outro.
Pelo contrário, a distância que os separa só contribui para
fortalecer ainda mais esta união. Gibran Calil Gibran diz no livro “O Profeta”
que uma cidade só pode ser vista na sua amplitude do alto de uma montanha.
“Quando nos distanciamos fisicamente das pessoas que amamos, sentimos o quanto
elas significam para nós e desejamos estar ao lado delas justamente pela força
do afeto, pelo desejo do encontro”, complementa a psicóloga.
Se isso não acontece, a união não se baseia no amor. Pode se
basear no conforto da relação, na dependência psicológica, na metade sua que
ficou depositada no outro. Pessoas que se amam de verdade brigam de forma
diferente. Brigam para que o outro seja feliz, cada vez mais feliz. Facilitam o
caminho da felicidade sem cobrar nada em troca.
"O destino decide quem entra na minha vida. Minha atitude decide quem fica!" Martha Medeiros
Para lembrarmos:"Cuidar das pessoas que estão ao nosso redor, ter um tempo para os amigos, valorizar quem amamos e oferecer o melhor de si também é buscar a felicidade e a beleza.
E agradecer à Deus por cada dia!"
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